Índia: economia, política, educação, energia, povo

ECONOMIA[EDITAR | EDITAR CÓDIGO-FONTE]

Centro comercial UB City, em Bangalore, construído pelo Grupo UB
agricultura indiana começou no entre 7000 e 6000 a.C., emprega a maior parte da força de trabalho nacional e o país é o segundo produtor agrícola mundial.
Acima, um agricultor trabalha um arado puxado por bois em Kadmati, Bengala Ocidental.
A Índia, com um produto interno bruto nominal estimado em 1,843 trilhões * de dólares,215 ocupa o 10ª lugar na lista de maiores economias do mundo por PIB nominal, enquanto sua paridade de poder de compra calculada em 2011 em 4,4 trilhões de dólares,215 é aterceira maior do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos e da China. Contudo, ainda é um país muito pobre, com uma renda per capitanominal de apenas 1 530 dólares e renda per capita PPC de 3 705 dólares em 2011.215
No período compreendido entre as décadas de 1950 e 1980, a economia indiana seguia tendências socialistas.
A economia se manteve paralisada por regulamentos impostos pelo governo, o protecionismo e a propriedade pública, o que levou a uma corrupção generalizada e a um lento crescimento econômico.216 217 218
Em 1991, a economia nacional se converteu em uma economia de mercado.217 218Esta mudança na política econômica em 1991 se deu pouco depois de uma crise aguda no balanço de pagamentos, pelo que desde então se pôs ênfase em fazer do comércio internacional e do investimento estrangeiro direto um setor primordial da economia indiana.219
Durante as últimas décadas a economia indiana tem tido uma taxa de crescimento anual do produto interno bruto ao redor de 5,8%, convertendo-se em uma das economias de mais rápido crescimento no mundo.220
A Índia conta com a maior força de trabalho do mundo, com mais de 513,6 milhões de pessoas. Em termos de produção, o setor agrícola representa 28% do PIB; o setor de serviços, 54% e a indústria, 18%.
Os principais produtos agrícolas e de gado incluem arroztrigo, sementes oleaginosasalgodãojutachá, a cana-de-açúcarovinoscaprinosaves de curral e pescados.144
As principais indústrias são a têxtilmaquinariaprodutos químicosaçotransportescimentomineração e software.144 Em 2006, o comércio indiano havia alcançado uma proporção relativamente moderada de 24% do PIB, crescendo à taxa de 6% desde 1985.217 O comércio da Índia representa um pouco mais de 1% do comércio mundial.
As principais exportações incluem os derivados de petróleo, alguns produtos têxteis, pedras preciosas, software, engenharia de bens, produtos químicos, peles e couros.144Entre as principais importações estão o petróleo cru, maquinarias, joias, fertilizantes e alguns produtos químicos.144
Apesar de seu notável crescimento econômico nas últimas décadas, a Índia contém a maior concentração de pessoas pobres do mundo e tem uma alta taxa de subnutriçãoem crianças menores de três anos (46% em 2007).221 222
A porcentagem de pessoas vivendo abaixo da linha de pobrezasegundo o Banco Mundial, vivendo com menos de um dólar por dia (PPA, em termos nominais Rs. 21,6 ao dia nas zonas urbanas e Rs. 14,3 nas zonas rurais) diminuiu de 60% em 1981 para 42% em 2005.223 Apesar de nas últimas décadas a Índia ter evitado a carestia, a metade das crianças tem um peso inferior à média mundial, uma das taxas mais altas do mundo e quase o dobro da taxa da África subsaariana.224
Um relatório em 2007 da Goldman Sachs previa que entre 2007 e 2020 o PIB indiano quadruplicaria e que poderia superar o PIB dos Estados Unidos antes de 2050, mas que a Índia continuaria sendo um dos países com habitantes mais pobres do mundo durante várias décadas, com renda per capita abaixo dos seus companheiros “BRIC” (BrasilRússia, Índia e China).225
Apesar de nos últimos decênios a economia indiana ter aumentado de forma constante, este crescimento tem ocorrido de maneira desigual, em especial quando se compara à qualidade de vida nos diferentes grupos sociais, econômicos, em diversas regiões geográficas, zonas rurais e urbanas.226 Em 2008, o Banco Mundial afirmava que as prioridades mais importantes para o governo indiano deveriam ser a reforma dosetor público, a construção de infraestruturas básicas, o desenvolvimento agrícola e rural sustentável, a eliminação das normas de trabalho, a reforma nos estados mais atrasados e a luta contra a AIDS.227

INFRAESTRUTURA[EDITAR | EDITAR CÓDIGO-FONTE]

Ciência e tecnologia[editar | editar código-fonte]

Representação artística da Mars Orbiter Mission, da Organização Indiana de Pesquisa Espacial, umasonda espacial que orbita Marte desde 24 de setembro de 2014.
Jawaharlal Nehru, o primeiro primeiro-ministro da Índia, que governou de 15 de agosto de 1947 a 27 de maio de 1964, iniciou reformas para promover a educação superior e a ciência e tecnologia no país.228 O Instituto Indiano de Tecnologia — concebido por uma comissão de 22 membros de estudiosos e empresários com o objetivo de promover o ensino técnico — foi inaugurado em 18 de agosto de 1951, em KharagpurBengala Ocidental, pelo então ministro da educação, Abul Kalam Azad.229 Nos anos 1960, laços mais estreitos com a União Soviética permitiram à Organização Indiana de Pesquisa Espacial desenvolver rapidamente o seu programa espacial e avançar em energia nuclear, mesmo após o primeiro teste nuclear da Índia ter sido realizado em 18 de maio de 1974, em Pokharan.230
A Índia responde por cerca de 2,9% de todas as despesas em pesquisa e desenvolvimento do mundo em 2012 e o número de publicações científicas do país é crescente.231 No entanto, de acordo com o ministro de ciência e tecnologia indiano, Kapil Sibal, o país está ficando para trás em ciência e tecnologia em comparação aos países desenvolvidos.232 A Índia tem apenas 140 pesquisadores para cada milhão de habitantes, em comparação com 4 651 nos Estados Unidos.232 O país investiu 3,7 bilhões de dólares em ciência e tecnologia entre 2002 e 2003. Em comparação, a Chinainvestiu cerca de quatro vezes mais, enquanto os Estados Unidos investiram cerca de 75 vezes mais do que os indianos em ciência e tecnologia.233 Apesar disso, cinco Institutos Indianos de Tecnologia foram listados entre as dez melhores escolas de ciência e tecnologia da Ásia, pela Asiaweek.234 O número de publicações de cientistas indianos é caracterizada por algumas das taxas de crescimento mais rápidas entre os principais países. A Índia, juntamente com China, Irã e Brasil são os únicos países em desenvolvimento que fazem parte dos 31 países que juntos são responsáveis por 97,5% da produção científica do mundo.235

Educação[editar | editar código-fonte]

Torre do relógio do campus da Universidade de Bombaim, fundada em 1857.
A educação no país é fornecida e mantida pelos setores público e privado, com controle e financiamento proveniente de três níveis de governo: central, estadual e local. Na cidade antiga de Taxila foi encontrado o primeiro centro de ensino superior registrado da Índia, datado doséculo V a.C., mas é discutível se ele pode ser considerado uma universidade. A Universidade de Nalanda, fundada em 470, foi o mais antigo sistema educacional universitário de todo o mundo, no sentido moderno de “universidade”.236
A educação ocidental enraizou-se na sociedade indiana com o estabelecimento do Raj britânico. O sistema educacional indiano está sob o controle do Governo da União e, com alguma autonomia, dos estados. Vários artigos da constituição indiana classificam a educação como um direito fundamental. A maioria das universidades no país é controlada pela União ou pelos governos dos estados. O país tem feito progressos em aumentar a taxa de frequência no ensino primário e na expansão da alfabetizaçãopara cerca de três quartos da população.237 A melhora no sistema de ensino indiano é frequentemente citada como um dos principais contribuintes para o crescimento econômico do país nos últimos anos.238 Grande parte do progresso, especialmente na educação superior e na pesquisa científica, foi atribuído a várias instituições públicas. O mercado educacional privado indiano movimentou 40 bilhões de dólares em 2008 e aumentou esse valor para 70 bilhões em 2012.239
No entanto, o país continua a enfrentar severos desafios nessa área. Apesar do crescente investimento educacional, 25% de sua população ainda é analfabeta, apenas 15% dos estudantes indianos chegam à escola secundária e apenas 7% à pós-graduação.240 A qualidade da educação, seja no ensino fundamental ou no superior, é significativamente baixa em comparação com a das principais nações em desenvolvimento. Em 2008, as instituições de ensino superior ofereciam vagas suficientes para apenas 7% da população em idade universitária do país, 25% dos cargos de ensino em todo a Índia estão vagos e 57% dos professores universitários indianos não tinham mestrado ou doutorado.241 Em 2011, existiam 1 522 faculdades de engenharia, com um total anual de 582 mil estudantes,242 além de 1 244 politécnicos, com um total anual de 265 mil estudantes. No entanto, estas instituições enfrentam problemas, como a escassez de professores e preocupações têm sido levantadas sobre a qualidade do ensino oferecido.243

Saúde[editar | editar código-fonte]

Voluntários vacinam moradores contra a poliomelite no estado deOrissa.
A Índia tem um sistema de saúde universal mantido pelos seus estados e territórios constituintes. A constituição cobra de cada estado “elevar o nível da nutrição e da qualidade de vida de seu povo e da melhoria da saúde pública como entre suas funções primárias”. A Política Nacional de Saúde foi aprovada pelo Parlamento da Índia em 1983 e atualizada em 2002.244 Paralelo ao setor de saúde pública, e de fato mais popular, é o setor médico privado. Famílias indianas urbanas e rurais tendem a utilizar o setor médico privado com mais frequência do que o setor público, como refletido em pesquisas.245
A Índia tem uma expectativa de vida de 64/67 anos (m/f) e uma taxa de mortalidade infantil de 61 por mil nascidos vivos.246 42% das crianças indianas abaixo de três anos de idade são desnutridas, taxa maior que a encontrada em estatísticas da região subsaariana daÁfrica, que é de 28%.247 Embora a economia do país tenha crescido 50% entre 2001 e 2006, a taxa de desnutrição infantil caiu apenas 1%, ficando atrás de países com taxas de crescimento similares.157 A desnutrição impede o desenvolvimento social e cognitivo das crianças, além de reduzir seus níveis de escolaridade e renda quando adultas.157 Estes danos irreversíveis resultam em uma menor produtividade para o país.157 Como mais de 122 milhões de famílias sem banheiros e 33% sem acesso à latrinas, mais de 50% da população do país (638 milhões de pessoas) defecam ao ar livre todos os dias.248 Esta taxa é consideravelmente maior do que as de Bangladesh e Brasil (7%) e da China (4%).248Apesar de 211 milhões de pessoas terem ganho acesso a sistemas de saneamento básico entre 1990 e 2008, apenas 31% utilizam os recursos oferecidos.248

Transportes[editar | editar código-fonte]

Trem da Indian Railways cruzando uma ponte sobre o Rio Damodar, emBengala Ocidental
Comboio do Metrô de Delipassando ao lado de uma avenida movimentada
Desde a liberalização econômica dos anos 1990, o desenvolvimento da infraestrutura no país progrediu a um ritmo rápido e hoje há uma grande variedade de meios de transporte por terra, água e ar. No entanto, o PIB per capita relativamente baixo da Índia fez com que o acesso a estes modos de transporte não tenha sido homogêneo. A penetração de veículos motorizados é baixa para os padrões internacionais, com apenas 103 milhões de carros nas estradas indianas.249 Além disso, apenas cerca de 10% dos lares do país possuem uma motocicleta.250 Ao mesmo tempo, a indústria automobilística indiana está crescendo rapidamente, com uma produção anual de mais de 4,6 milhões de veículos251 e o volume de veículos deverá aumentar significativamente no futuro.252 Nesse contexto, porém, o transporte público continua a ser o principal meio de locomoção da maioria da população e os sistemas de transporte públicos do país estão entre os mais utilizados no mundo.253
Apesar das melhorias em curso na área, vários aspectos do setor de transportes ainda estão cheios de problemas devido à infraestrutura precária e à falta de investimento em regiões menos economicamente ativas do país. A demanda por infraestrutura e serviços de transportes tem vindo a aumentar em cerca de 10% ao ano,253 já que a infraestrutura atual é incapaz de atender às demandas econômicas crescentes. De acordo com estimativas de 2008 da Goldman Sachs, a Índia teria que gastar 1,7 trilhão de dólares em projetos de infraestrutura ao longo da década seguinte para impulsionar seu crescimento econômico, do qual 500 bilhões de dólares estão orçados para serem gastos durante o Décimo Primeiro Plano Quinquenal.254
A rede ferroviária indiana é uma das maiores do mundo (com 63 465 quilômetros de extensão255 ) e é o sistema mais utilizado do planeta,253 transportando 651 milhões de passageiros e mais de 921 milhões de toneladas de carga em 2011.256 O sistema ferroviário indiano, introduzido em 1853 pelos britânicos, é fornecido e mantido pela estatal Indian Railways, sob a supervisão do Ministério das Ferrovias.257
A Índia tem uma rede de estradas nacionais que ligam todas as principais cidades e capitais estaduais, formando a espinha dorsal econômica do país. Em 2010, o país tinha um total de 79 443 km de estradas nacionais, das quais 200 km eram classificadas como autoestradas. A rede de estradas estaduais totalizava no mesmo ano 131 899 km e o total da rede rodoviária indiana cerca de 3 300 000 km.258
O Porto Jawaharlal Nehru, em Nova Bombaim ,está classificado no 25º lugar no mundo por movimentação decontêineres.259
De acordo com Projeto de Desenvolvimento Rodoviário Nacional (PNDS), a intenção é equipar algumas das principais estradas nacionais com quatro pistas de rodagem, além de também existir um plano de converter alguns trechos dessas estradas em seis pistas.260 A Autoridade Nacional de Estradas estima que cerca de 65% da carga e 80% do tráfego de passageiros do país seja transportado por rodovias. As estradas nacionais indianas transportam cerca de 40% do total do tráfego rodoviário, embora apenas cerca de 1,7% da rede de estradas esteja coberta por essas estradas principais. O crescimento médio do número de veículos tem sido em torno de 10,16% ao ano nos últimos anos.258
Em 2012 hvia 352261 aeroportos civis na Índia, dos quais 251 com pistas pavimentadas. Há mais de 20 aeroportos internacionais. OAeroporto Internacional Indira Gandhi, em Nova Déli, e o Aeroporto Internacional de Chhatrapati Shivaji, em Bombaim, lidam com mais de metade do tráfego aéreo do sul da Ásia.262 263 264
Os portos são os principais centros para o comércio. No país, cerca de 95% do comércio exterior em quantidade e 70% em valor ocorre através de portos marítimos.265 A Mumbai Port & JNPT (Nova Bombaim) controla 70% do comércio marítimo na Índia.266 Há doze portos principais nas seguintes cidades: Nova BombaimBombaimKochiCalcutá (incluindo Haldia), ParadipVisakhapatnamEnnoreChennai,ThoothukudiNova MangaloreMormugão e Kandla. Além destes, existem 187 portos menores e intermediários, 43 dos quais lidam com cargas.267

Energia[editar | editar código-fonte]

Construção da usina nuclear de Kudankulam, em Tamil Nadu, que terá capacidade de produzir 1260 MW de energia.
A política energética da Índia está em grande parte definida pelo crescente déficit energético do país268 e pelo maior foco no desenvolvimento de fontes alternativas de energia,269 particularmente energia nuclearsolar e eólica.270 Cerca de 70% da capacidade de geração de energia do país provém de combustíveis fósseis, sendo o carvão o responsável por 40% do consumo total de energia indiano, seguido pelo petróleo bruto e pelo gás natural com 24% e 6%, respectivamente.268 O país é em grande parte dependente de importações de combustíveis fósseis para atender suas demandas de energéticas; em 2030, a dependência da Índia de importações de energia deverá ultrapassar 53% do consumo total do país.268 Em 2009-10, o país importou 159,26 milhões de toneladas de petróleo bruto, que equivale a 80% do seu consumo interno, e 31% do total das importações indianas são provenientes do petróleo.268 271O crescimento da geração da eletricidade na Índia tem sido dificultado pela escassez de carvão nacional272 e, como consequência, as importações de carvão para a produção de eletricidade aumentaram 18% em 2010.273
Devido à sua rápida expansão econômica, o país tem um dos mercados de energia que crescem mais rapidamente no mundo e espera-se que se torne o segundo maior contribuinte no aumento da demanda energética global até 2035, sendo responsável por 18% do aumento do consumo mundial.270 Dada a crescente demanda de energia e as limitadas reservas de combustíveis fósseis no mercado interno, o país tem planos ambiciosos para expandir suas indústrias de energia renovável e nuclear. A Índia tem o quinto maior mercado de energia eólica do mundo274 e tem planos de adicionar cerca de 20 gigawatts de capacidade de energia solar até 2022,270 além de também prever aumentar a contribuição da energia nuclear para a capacidade total de geração de eletricidade de 4,2% para 9% em 25 anos.275 O país tem cinco reatores nucleares em construção e planeja construir outros dezoito até 2025.276

CULTURA[EDITAR | EDITAR CÓDIGO-FONTE]

A cidade de Varanasi, às margens do rio Ganges, é uma das mais antigas do mundo e um dos sete locais mais sagrados do hinduísmo e do jainismo.
A história cultural indiana se estende por mais de 4 500 anos de história.277 Durante o período védico (ca. 1 700-500 a.C.), os fundamentos da filosofia, mitologia e literatura hindu foram estabelecidos e muitas crenças e práticas que ainda existem atualmente, tais como dharmakarmayoga e moksha, foram consolidadas.278 A Índia é notável por sua diversidade religiosa, sendo hinduísmo,sikhismoislamismocristianismo e jainismo as principais e mais populares religiões do país.279 A religião predominante, o hinduísmo, foi moldada por várias escolas históricas de pensamento, como os upanixades,280 os yoga sutras, o movimento bhakti279 e a filosofiabudista.281
A cultura indiana está marcada por um alto grau de sincretismo282 e pluralismo. Os indianos têm conseguido conservar suas tradições previamente estabelecidas, enquanto absorvem novos costumes, tradições e ideias de invasores e imigrantes, ao mesmo tempo que estendem a sua influência cultural a outras partes da Ásia, principalmente Indochina e Extremo Oriente.283
A sociedade tradicional da Índia está definida como uma hierarquia social relativamente restrita. O sistema indiano de castas descreve a estratificação e as restrições sociais do subcontinente indiano; também define as classes sociais por grupos endogâmicos hereditários, que a princípio se denominam jatis ou castas.284 A Índia declarou a “intocabilidade” ilegal em 1947 e, desde então, promulgou outras leis antidiscriminatórias e iniciativas para o bem-estar social, embora relatórios sugiram que muitos dalits (“ex-intocáveis”) e outras castas mais baixas em áreas rurais continuam a serem segregadas e enfrentam perseguição e discriminação.285 286 287 No local de trabalho das grandes cidades e nas principais empresas indianas ou internacionais, o sistema de castas praticamente perdeu a sua importância.288 289
Indianos celebrando o Holi, conhecido como Festival das Cores, em Adoor, no estado de Kerala.
Os valores tradicionais das famílias indianas são muito respeitados e o modelo patriarcal tem sido o mais comum durante séculos, ainda que recentemente a família nuclear esteja se convertendo no modelo seguido pela população que vive na zona urbana.216 A maioria dos indianos tem seus casamentos arranjados por seus pais e por outros membros da família respeitados, com o consentimento da noiva e do noivo.290 O matrimônio é planejado para toda a vida,290 a taxa de divórcio é extremamente baixa.291 O casamento na infância é ainda uma prática comum, e metade das mulheres indianas se casa antes dos dezoito anos.292 293
Muitas celebrações indianas são de origem religiosa, ainda que algumas independam da casta ou credo. Alguns dos festivais mais populares do país são: DiwaliHoliDurga PujaEid ul-FitrEid al-AdhaNatal e Vesak.294 Além destas, a nação tem três festas nacionais: o dia da República, o dia da independência e o Gandhi Jayanti, em homenagem a Mahatma Gandhi. Uma outra série de dias festivos, variando entre nove e doze dias, são oficialmente celebrados em cada estado nacional. As práticas religiosas são parte integral da vida cotidiana e são um assunto de interesse público. A roupa tradicional varia de acordo com as cores e estilos segundo a região e depende de certos fatores, incluindo o clima. Os estilos de vestir incluem prendas simples como o sári para as mulheres e o dhoti para os homens;calças e camisas de estilo europeu também são populares entre os homens.295 O uso de joias delicadas, modeladas em flores reais usados durante a Índia antiga, faz parte de uma tradição que remonta a cerca de 5.000 anos; pedras preciosas também são usadas na Índia como talismãs.296

Comentários

Postagens mais visitadas